O Livro Mágico de Vera

Eu já vi muitas coisas estranhas nessa vida, mas estranho igual ao que eu vi acontecer na biblioteca da escola Santa Marta… fala sério! Pensei que eu estava ficando maluco, como pode um livro falar como gente de verdade? E livro pensa???
Quem vai contar essa história para você é um ilustre convidado:
Eu sou um livro, meu nome é Paulo. Cof, cof, cof! Acho que estou com alergia. Tem tanta poeira pousada em cima de mim! Ultimamente vejo as crianças entrarem aqui na biblioteca da Escola Santa Marta e nem olharem pra minha cara. Será que tem alguma coisa errada comigo? Sei lá … estou começando a achar que minhas folhas estão meio amarelas e que por isso as crianças me acham esquisito. Dona Estela, a dona da escola, passa por aqui e nem me coloca mais em pé, ao lado dos livros de contos de fadas. Ela já sabe que ninguém vai nem tocar na minha capa pra ver como eu sou, quiçá abrir alguma página. Eu não estou mentindo não, juro! Presta atenção, vai tocar o sinal e as crianças vão entrar agora aqui na biblioteca e repara se alguém vai lembrar do livro do “Paulo”. Duvido!
 

– Pppeeeemmmm!!!
 

Vamos crianças, cada um pode escolher um livro. Antes de sair terão que me dar o nome do livro que irão levar para ler.
 

– Tá professora. Esse eu peguei primeiro Aninha, nem vem!

– Quem disse que eu quero esse livro, Vera. Faça bom proveito, eu heim? Um livro todo amarelo, cheio de poeira, feio desse jeito. Tô fora!

– Eu não acho! Primeiro porque eu adooro esse nome: Paulo. Ai, o Paulo, que saudade!!!

– Ah bom, agora estou entendendo porque você pegou esse livro: ele lembra o Paulinho da 304, né Vera?

– É, tô morrendo de saudades dele mesmo, mas não é só isso não. Eu gosto de ler livros diferentes e já li tanta coisa por aqui, não tem mais graça. Ou são esses livros de dinossauros, ou são livros de princesas que encontram seus príncipes e vivem felizes pra sempre, ai tô cheia! Agora, esse livro aqui eu nunca vi ninguém pegar. Vou sentar um pouco pra ler e ver se vale a pena levar mesmo pra casa.

– Tá, então já vou indo, Tchau Vera.

– Tchau Aninha!

– Ei, ei oh Vera! Verinha…

– Quem falou? Quem disse isso?

– Eu aqui nas suas mãos, o livro, o Paulo.

– Aaai! Um livro que fala!!!

– E aí, o que tem demais nisso? Mas, vai, me conta o que eu tenho igual ao Paulo que você conhece, me conta?

– Peraí, você é que é o livro, então você é que tem que contar a sua história pra mim, não eu pra você.

– Tá eu conto, mas você está mesmo preparada pra entrar num mundo surreal?

– O que você quer dizer com isso, livro?

– Eu quero dizer que existe um mundo mágico dentro dos livros que algumas crianças conhecem, mas outras desconhecem, e eu acho que esse é o seu caso. Você conhece o mundo mágico que existe dentro dos livros?

– Não. E pelo que estou vendo por você, o único mundo mágico que existe é um monte de ácaros e traças.

– Ih, já vi que você é uma garota que não enxerga nada direito. Limpa esses óculos Vera e olha mais perto, dentro das minhas páginas pra ver o que estou te falando.

Vera arregalou aqueles olhos pretos e eu comecei a apresentar o meu livro: o Circo do Paulo. Os malabaristas saindo das páginas do livro, as bailarinas, os palhaços, uma festa de alegria e Vera estava cada vez mais empolgada com as minhas mágicas. Eu era Paulo, o mágico do Circo que fazia tudo virar uma boa brincadeira. Vera começou a entrar na brincadeira também e para ela eu era o Paulo da turma 304. Foi aí que aconteceu algo que eu não estava esperando. De repente, no meu circo, o engolidor de fogo se atrapalhou no seu número e o fogo começou a tomar conta das páginas do meu livro. Vera ficou assustada vendo que eu corria perigo e saiu correndo para pegar um copo de água e, assim, apagar o fogo. Quando ela estava quase saindo da biblioteca eu gritei.

– Veraaa, volta, não precisa mais trazer a água

– Por que, Paulo, você conseguiu apagar o fogo?

– Os palhaços me salvaram. Eles jogaram um jato de água da mangueira deles e agora não tem mais fogo aqui no meu livro. Obrigadooo amigos!

Ufa! Que susto você me deu, Paulo! Isso aqui estava parecendo um livro de terror.

– Você é muito assustada menina. Imagina! Eu não ia me queimar por pouca coisa, sou Paulo O Livro que fala, lembra? Nada me vence! Nem esse monte de poeira cof, cof, cof…

É, eu disfarcei bonito! Vera não imaginava que tinha razão no que dizia: meu livro, as vezes, se transforma em um circo de terror.

Uaah… eu estou cansado de falar. Vou deixar o professor Tinoco terminar de contar essa aventura pra vocês.

E foi neste exato momento que eu, do meu canto, escondido naquela biblioteca, vi que tudo começou a ficar terrivelmente complicado para o livro Paulo e para Vera. Apareceu um outro mágico, o Leandro, da turma 308, o menino mais peste da escola, que tira a paciência de qualquer professora e ele olhou para Paulo, depois ele olhou para … zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
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A continuação escolhida de Alice Mendonça de Souza.

Vera e disse:

– Háháhá !!! Esse livro não presta mais!

Vera respondeu:

– Eu já estou cansada dos livros daqui da biblioteca. Dinossauros, princesas e príncipes encantados vivendo felizes para sempre. Resolvi pegar um que ninguém gosta.

Leandro puxou o livro das mãos de Vera e rasgou uma página. Vera pegou o livro rasgado e chorando disse:

– Vou cuidar de você, tá bom? Você é muito especial para mim, Paulo!

– Eu estou machucado. Você pode me ajudar? Disse Paulo.

E Vera cuidou dele na biblioteca mesmo. Pegou a folha rasgada e colou com muito cuidado. Paulo disse:

– Você foi muito gentil em me ajudar. 

– Por nada Paulo. Olha, eu prometo que venho sempre te visitar.

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A continuação escolhida de Tomás Leão Martins.
 

Depois Leandro olhou para Vera e disse:

– Eu vou destruir o livro Paulo agora! Vou transformá-lo em uma lagarta.

Leandro disse isso e mandou um raio mágico na direção do livro. Neste momento, Vera pulou na frente do raio que Leandro mandou e foi transformada em uma lagarta nojenta. Logo ela que detesta lagartas!

Alguns instantes depois um casulo se formou e Vera se transformou em uma linda borboleta amarela. O livro Paulo ficou muito assustado com aquilo tudo e triste por Vera não ser mais a menina sua amiga. Ele então usou seus poderes e disse as seguintes palavras mágicas:

– Borboletinha volte a forma de menininha!

Neste exato momento, Vera voltou a sua forma normal e deu muitos beijos no livro mágico.

A continuação escolhida foi de Marcelo Gonçalves de Souza Massariol.

Leandro olhou para Vera e começou a irritar e a tirar a paciência da menina. Vera, como era esperta, achou que Leandro iria rir das histórias do livro mágico e resolveu fugir com Paulo nas mãos. Neste momento, um dos palhaços do circo fugiu do livro e Vera ficou preocupada com ele.

O que teria acontecido?

Vera levou o livro para casa e nesse momento o palhaço que havia fugido apareceu novamente e todos personagens do circo saíram do livro.

Um outro mágico fez aparecer estrelas voadoras e Vera ficou tão maravilhada e emocionada que até chorou de alegria.

Sua mãe a chamou para almoçar e todo o circo desapareceu novamente. Vera começou a entender que os livros são verdadeiros.

FIM